Analisando a viagem de um fotógrafo ao Irã

Amos Chapple é um fotógrafo freelancer neozelandês que esteve três vezem em viagem pelo Irã, entre dezembro de 2011 e janeiro de 2013. Chapple disse que ficou impressionado com a diferença entre a percepção ocidental sobre o país, e o que ele realmente viu lá. Segundo ele, porque o Irã é um país de difícil acesso para os jornalistas, as pessoas têm uma imagem distorcida. Embora ao mesmo tempo o fotógrafo alega que “o governo do país promove uma imagem anti-ocidente enquanto os cidadãos comuns se envergonham da política de seu país e acolhem muito bem aos estrangeiros”. De fato, a reportagem original na qual encontrei o trabalho de Chapple lança mais ênfase as descrições políticas e históricas redundantes e que pouco me acrescentam, suscitadas pelas imagens de acordo com seu ator. A meu ver esse não é um trabalho de fotojornalismo documental como pretendem as descrições, mas uma série de imagens poéticas que retratam um Irã de ângulos inusitados e uma pulsação de formas, luzes e cores sem igual. Tomo a liberdade de selecionar as 10 fotos que mais gostei e acrescentar aqui as minhas impressões: 
Vilarejo de Palangan perto da fronteira com o Iraque:  onde a luz das casas rústicas revestem a montanha de um brilho dourado.
Ainda na fronteira Irã-Iraque, o pastor apascenta suas ovelhas cuja lã alva se confunde com a névoa da manhã.
Dentro da mesquita Vakil em Shiraz, a luz,  a luz invade o interior desse templo onde poucos turistas vêm perturbar o seu silêncio pacífico. 

Do alto de uma colina as mulheres observam a cidade de Teerã, envoltas em seus xadores negros que pouco a pouco se confundem com a escuridão do anoitecer.
No final da tarde, o jovem caminha sob um mosaico de luzes multicoloridas dos vitrais do Bazar em Teerã. Ele toma emprestado para si um pouco dos reflexos, orgulhoso da herança  que seus antepassados deixaram. 
A Teerã, dos constrastes entre o moderno e o tradicional vista do alto de um edifício. As luzes dos minaretes estáticos da mesquita e dos faróis dos carros em movimento evidenciam ainda mais essas duas realidades.
O Irã das artes milenares, recebe nas galerias de arte em sua capital Teerã, uma amostra da arte contemporânea de Andy Warhol, trazidas pela ex-imperatriz Farah Pahlavi. 
No metro de Teerã, encontramos uma realidade tão próxima do nosso cotidiano. Aqui a vivacidade do olhar dos garotos gêmeos contrasta com os homens adultos exaustos com o ritmo acelerado da capital. 
Um olhar para o passado: no relevo da grande Persépolis, que hoje testemunha o esforço do povo persa de manter viva tradições que existem há mais de 2500 anos. 
A Torre Azad ou da “Liberdade” é um  monumentos de linhas  e formas ousadas que traçam uma síntese histórica em sua arquitetura  que combina elementos que vão do período Sassânida ao Islâmico em   harmonia incomparável.

Comentário: na sequência completa das fotos, estão as descrições originais do autor em inglês. Eu não quis traduzi las aqui, porque algumas envolvem opiniões que não compartilho. Também não quis colocar aqui algumas imagens que considero clichês como a do muro da Embaixada Americana em Teerã com os dizeres Down with USA e a clássica forma da mulher de chador negro escondendo o rosto da câmera.

(Crédito das imagens: Amos Chapple. Para ver a sequencia completa das fotografias: The Atlantic)

Este post tem 0 comentários

  1. Janaina Elias

    Sim, muito! Para mim essas fotos parecem captar as diferentes formas da luz.

  2. Janaina Elias

    Sim, me admiro muito também! O que mais me impressiona é a captação da cor, mostrando que o Irã é um lugar de cenários exuberantes!

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