Na grande maioria das vezes, quando vemos fotos do Irã na mídia, estas estão associadas a um viés político ou, quando raramente mostram o cotidiano do povo não vão além dos clichês das mulheres de véu e homens de barba e turbante caminhando com austeridade por ruas cinzentas. Para desmistificar este estereótipo, a fotógrafa italiana
Francesca Manolino apresenta um belíssimo ensaio que revela de forma calma, intimista e poética, suas impressões de viagem ao Irã.
A fotógrafa se inspirou a visitar o Irã há 10 anos atrás, quando assistiu o filme
Persépolis. Tendo estudado antropologia na universidade, a caligrafia persa a fascinava, e durante seu mestrado em fotografia, ela conheceu o trabalho da artista vistual iraniana
Shirin Neshat. E por fim, ela começou a seguir o trabalho de vários fotógrafos iranianos que a inspiravam no Instagram.
Quando Francesca finalmente visitou o Irã, ela acabou por fotografar algumas dessas pessoas que tinha conhecido por meio do Instagram. Apenas duas horas após aterrisar em Teerã, seu primeiro encontro foi com a estudante Sahba, que a convidou como hóspede em sua casa no norte da capital iraniana.
Por nunca ter visitado o Irã antes, a fotógrafa buscava encontrar uma realidade diferente daquela que a mídia mostra. Antes de chegar ao país ela se perguntava se as pessoas se deixariam fotografar, ou se teria problemas com a polícia moral. Embora o ensaio tenha sido feito somente na capital Teerã, Francesca afirma que apesar da rígida censura no país, jamais encontrou jovens tão cultas e inteligentes quanto as iranianas.
 |
A cidade de Irã vista do alto da Torre Milad |
 |
Sahba, 19, estudante de literatura inglesa. Mudou-se sozinha para Teerã para estudar |
 |
As jovens Elham e Mohadese curtem a neve no alto da montanha Tochal |
 |
Negar, 20, apaixonada por cinema. É fã de Pasolini e Tarkovski |
 |
Condomínio Apadana, em Teerã, onde jovens Instagramers adoram fotografar |
 |
Uma jovem artista com sua pintura finalizada |
 |
Dois jovens diante da Torre Azadi em Teerã |
 |
Leyla, 24, designer gráfica e fotógrafa, na livraria Hanooz, onde os iranianos adoram comprar livros, revistas e CDs |
 |
Ponto de táxi, próximo da praça Azadi em Teerã |
 |
Melika, 20, desenha no quadro negro após sua aula de pintura |
 |
Sahba, no Museu de Arte Contemporânea de Teerã, diante de um quadro de Mark Rothko |
 |
Final da tarde em Teerã |
Adaptado de The Washington Post