Salam amigos! Para quem busca informações sobre o Irã, as livrarias brasileiras infelizmente ainda oferecem muito poucas opções. Além disso, como destino de viagem, o Irã ainda soa como um enigma para a maioria dos brasileiros. Mas quem são os brasileiros que já viajaram ou moraram no Irã, e que impressões eles trouxeram de lá?
Neste post, compartilho os 3 livros mais recentes de 2010 a 2021, nos quais os autores, escritores e jornalistas brasileiros, que conheceram profundamente o Irã trazem análises e relatos de suas vivências neste país, para além do que é mostrado na mídia.
📗 Trágica e Bela: Uma Viagem pelas 1001 Faces da Pérsia e do Irã
Por Lúcia Araújo, Ed. Alta Cult; 1ª edição (10 agosto 2021)A atual República Islâmica do Irã ― antiga Pérsia ― representa um grande mistério para o mundo ocidental. Muitas vezes intriga, outras apavora, sempre surpreende. Protagonista estratégica da geopolítica do Oriente Médio, a nação iraniana é uma das civilizações contínuas mais antigas do mundo e um dos berços de algumas das maiores realizações da humanidade. Entre contribuições admiráveis em todos os campos ― da medicina de Avicena à poesia de Khayyam, Hafez e Rumi; da espetacular arte dos tapetes à música, da primeira declaração dos direitos humanos à vencedora do prêmio Nobel da Paz; das miniaturas à refinada cinematografia; dos fundamentos de Zaratustra aos pilares do xiismo ― esse é um país de 1001 faces. É na textura do universo de que é feita a cultura persa que a jornalista Lúcia Araújo mergulha, a partir de suas próprias vivências e viagens, para revelar um país tão fascinante quanto desconhecido. Como ela própria assevera: “O aporte científico e cultural da Pérsia para a humanidade é tão extraordinário quanto desconhecido. A contribuição para a beleza do mundo é infinita. É disso que trata este livro.”
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📗 Os Iranianos
Por Samy Adghirni, Ed. Contexto; 1ª edição (1 julho 2014)“Muitos iranianos acreditam que sua civilização entrou em decadência a partir da invasão islâmica do século VII, que impôs a cultura árabe em detrimento da cultura persa”. Revelações como essa mostram facetas surpreendentes de uma nação muito contestada e pouco conhecida no Ocidente. Na antiga Pérsia convivem tradição e modernidade, burocracia e mudanças aceleradas, mulheres com túnicas negras e calças jeans (como se vê na capa deste livro). Trata-se de uma nação que no século XX conheceu forte influência ocidental – nos tempos do xá Reza Pahlavi – e uma revolução islâmica, liderada pelos aiatolás.Os iranianos mantêm os mercados de rua tradicionais, onde se vendem os famosos tapetes persas, mas não deixam de construir shoppings luxuosos à moda ocidental; é a nação daqueles que pregam o ódio ao Ocidente, mas que assistem também a uma invasão cultural vinda deste lado do mundo. Neste livro surpreendente, o jornalista Samy Adghirni, correspondente em Teerã, percorre todos esses contrastes e muitos outros – da política à geografia, da gastronomia ao esporte, da cultura à economia – para revelar ao leitor brasileiro quem realmente são os iranianos.
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📗 O Irã Sob o Chador
Por Adriana Carranca e Marcia Camargos, Ed. Globo; 1ª edição (10 março 2010)Chador é um tipo de manto iraniano, usado para cobrir o corpo feminino da cabeça aos pés. Só o rosto fica à mostra. O traje é obrigatório em mesquitas e outros lugares sagrados, e conta com a preferência das iranianas islâmicas do segmento mais conservador da sociedade. Assim como as formas de suas mulheres, o Irã apresenta-se ao olhar ocidental de maneira enigmática, oculto sob o espesso chador do nosso preconceito e desinformação acerca do Oriente Médio em geral e de cada país da região, em específico.Em viagens realizadas em momentos e circunstâncias diferentes, as jornalistas Adriana Carranca e Marcia Camargos tiveram a oportunidade de conhecer um país que não cabe na simplificação dos estereótipos. Muito longe de encontrar fanáticos religiosos hostis e minas terrestres a cada esquina, as autoras se depararam com cidades extremamente seguras para turistas, nas quais imperam a honestidade, a cordialidade e a gentileza nas relações. Em contrapartida, paira no ar a crescente insatisfação com o regime teocrático há três décadas no poder.Concebido e escrito em parceria, O Irã sob o chador é o resultado da descoberta comum de uma realidade singular, num dos raros lugares do mundo ainda resistentes aos efeitos da globalização. Um cenário de conflitos permanentes entre arcaico e moderno, religioso e secular, opressivo e libertário – e que tem tais contradições capturadas no Caderno de Fotos, que ilustra o livro.Desnudando as camadas do chador que envolve o Irã, Adriana e Marcia revelam uma sociedade pulsante que, à revelia do poder constituído, impulsiona o país. Um lugar que produz uma das mais instigantes cinematografias do mundo, mas que não hesita em usar a censura prévia (ou mesmo a prisão) para intimidar seus cineastas. Uma sociedade de machismo opressivo, no seio da qual emergiu a ativista Shirin Ebadi, Prêmio Nobel da Paz em 2003. Um caldeirão fervilhante, no qual nacionalismo, juventude e desejo de mudança se mesclam ao deslumbramento com o mundo que está do lado de fora do chador, e que ficou mais próximo com a internet.📗 Clique nos links para comprar pela Amazon (o blog Chá-de-Lima da Pérsia recebe uma porcentagem das vendas pelos links neste post).
Se você conhece mais algum livro sobre o Irã ou se já tem algum desses livros escreva sua avaliação nos comentários!