6 Romances de autores iranianos publicados no Brasil

Romances Iranianos

 

Salam amigos! Ainda pouco conhecidos pelo público brasileiros, os romances de autores iranianos contemporâneos são um sucesso mundial. Embora, diversos livros desse gênero tenham sido censurados pelo governo do Irã, por incrível que pareça chegaram a se tornar best-sellers no país.
São obras que falam  da história e das mudanças radicais do regime no país, do reencontro de iranianos da diáspora com a terra natal, da relações familiares entre a união e conflitos de gerações, os desafios enfrentados pelas mulheres e da luta do povo iraniano por mais liberdade. Mas por trás do pano de fundo conturbado da história do Irã, nesses romances também há espaço para o amor e as paixões, para o idealismo e os sonhos e a beleza da cultura milenar.
A seguir uma lista com 6 livros de romances iranianos publicados no Brasil, em português:

1) Darius, o grande, não está nada bem

Adib Khorram (Ed. Harper Collins, 2021)

Darius, o grande, não está nada bem

Darius Kellner fala klingon melhor do que farsi, e sabe mais sobre as condutas sociais dos hobbits do que as persas. Ele está prestes a fazer sua primeira viagem para o Irã, mas se sente desnorteado ― principalmente tendo que lidar com a depressão, um pai distante e uma vida social praticamente inexistente.

O problema é que Darius nunca se sentiu “persa” o suficiente. O Irã deveria ser tão parte dele quanto os Estados Unidos, mas é estranho chamar de lar um país em que você nunca viveu. Mas quando Darius conhece Sohrab, o menino da casa ao lado, tudo muda. Em pouco tempo eles já estão passando o dia juntos, jogando futebol, comendo faludeh e conversando por horas em um telhado secreto com vista para a cidade inteira.

Darius, o Grande, não está nada bem é o primeiro livro de Adib Khorram. A obra ganhou YALSA’s William C. Morris Award de melhor autor estreante para adolescentes, o Asian/Pacific American Literature Association’s Young Adult Award e o Boston Globe-Horn Book Award Honor.

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2) Nós e eles

Bahiyyih Nakhjavani (Ed. Dublinense 2019)

Nós e eles

Quando Lili e Goli têm que lidar com sua mãe, Bibi, os problemas de sua família começam a vir à tona. Segredos, verdades inoportunas e mentiras de ocasião se sobrepõem à medida que a história avança, deixando a trama instigante e revelando nuances das personagens, que nunca são aquilo que conhecemos primeiro.

Nós & eles, Bahiyyih Nakhjavani apresenta as fragmentações da diáspora iraniana em três gerações de uma família e todas as suas conexões de afetos e desafetos espalhadas pelo mundo. Os conflitos sobre quem deve cuidar da mãe obrigam as irmãs Lili e Goli a lidar com as obscuras finanças da família no presente, relações com o passado, uma meia-irmã deslocada e, sobretudo, com o desaparecimento de seu irmão mais novo, o qual Bibi vive a esperar. Narrado na primeira pessoa do plural, esse “nós” que tenta a todo o momento se distanciar de um “eles”, por fim nos mostra que o verdadeiro exílio é ser indiferente ao outro.

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 3) Escondi minha voz

 Parinoush Saniee  (Bertrand Brasil, 2017)

Escondi minha voz

Com quatro anos, Shahab ainda não disse a primeira palavra. A criança não entende o que as palavras significam e pensa até que são um elogio, até que um dia seu primo lhe prega uma peça com o intuito de provar a todos que o menino realmente é a piada do bairro.

Quando sua mãe relata o incidente ao marido, Shahab se sente péssimo ao perceber que o pai também acredita que seu silêncio traz constrangimento à família. Shahab logo reconhece que o amor e a estima do pai se concentram em seus irmãos. E, a partir desse momento, o seu mundo, que ele achava estar repleto de beleza e bondade, de repente se transforma, endurecendo de raiva e vergonha. Ninguém na família entende seu comportamento ou parece possuir o acolhimento pelo qual ele anseia desesperadamente. Será Shahab capaz de experimentar um pouco de felicidade e, finalmente, encontrar sua voz?

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4) O livro do destino

Parinoush Saniee (Bertrand Brasil, 2015)

O livro do destino

5 décadas da história do Irã num romance proibido arrebatador. Adolescente na Teerã pré-revolucionária, Massoumeh é uma menina comum, apaixonada pelos estudos. A caminho da escola, ela conhece um homem por quem se apaixona ― mas, quando seus familiares descobrem as cartas que ele lhe escreve, Massoumeh é apontada como uma desonra para a família.

Como consequência, a jovem leva uma surra violenta do irmão autoritário, e seus pais a obrigam a se casar às pressas com um homem que ela nunca viu. Os anos que se seguem ao casamento de Massoumeh revelam-se transformadores para o Irã. Hamid, seu marido, é um dissidente marxista, perseguido primeiramente pelo regime opressor do Xá e depois pelos fundamentalistas que ele próprio ajuda a chegarem ao poder.

O destino de Massoumeh, até então ditado pela lealdade à família e à tradição islâmica, passa a ficar atrelado às mudanças radicais no país. O livro do destino abrange cinco décadas turbulentas da história do Irã, em que prevaleceu a repressão, o abuso, a miséria e a privação. É uma história intensa sobre amizade e paixão, medo e esperança ― e uma rara visão interna da sociedade iraniana. Proibido de ser lançado duas vezes pelo governo iraniano, tornou-se um dos maiores best-sellers da história do país, com mais de 20 edições.

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5) Filhos do jacarandá

Sahar Delijani (Globo Livros, 2013)

Filhos do jacarandá

Em 1983, uma menina chamada Neda nasce dentro de uma prisão em Teerã, capital do Irã. Sua mãe é uma prisioneira política que só consegue cuidar da filha recém-nascida por alguns meses antes que ela seja levada, à força, para longe de seu convívio.

O primeiro romance escrito por Sahar Delijani,  se mescla com a história da própria autora, que passou seus primeiros 45 dias de vida na penitenciária de Evin, na capital iraniana. Não chega a ser uma biografia, mas é inspirado em experiências reais dos pais e familiares de Delijani depois que o país passou de monarquia a república, com a revolução de 1979 – que derrubou o xá Reza Pahlevi e instituiu o comando do aiatolá Khomeini.

Publicada em mais de 20 países,  Filhos do jacarandá conta a história de três gerações de homens e mulheres inspirados pelo amor e pelo idealismo, que perseguem sonhos de justiça e liberdade. É um tributo às crianças da revolução, segundo a autora. “Muitas pessoas acabaram sendo aprisionadas pelo novo regime, e os filhos do título são os filhos delas – crianças que nasceram no período pós-revolução e foram educadas por seus avós, tios e tias, já que seus pais estavam na cadeia”. É um livro que trata de repressão política, mas que também revela como fortes laços familiares não são desfeitos nem nas piores circunstâncias.

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6) Os telhados de Teerã

Mahbod Seraji (Ed. Rocco, 2010)

Os telhados de Teerã

Em Teerã é muito comum, no verão, dormir no telhado. O calor seco do dia resfria-se após a meia-noite, e quem fica lá em cima acorda com os primeiros raios de sol na face e com o ar fresco nos pulmões. E é deste lugar que os adolescentes Pasha e Ahmed, amigos inseparáveis, observam o mundo e as pessoas ao redor. É também dali que Pasha consegue ver e admirar Zari, sua vizinha, uma jovem já prometida para casamento.

Este é o ponto de partida de Os telhados de Teerã, primeiro romance do autor iraniano, Mahbod Seraji, que emigrou para os Estados Unidos na década de 1970 e que, atualmente, vive na Califórnia, na Baía de São Francisco.

Mahbod Seraji consegue mostrar na sua literatura, através de seus diálogos, às vezes leves, às vezes tensos, a importância fundamental da manutenção de sentimentos como a compaixão e generosidade. Dialogando e citando autores como Dostoievski, Emile Zola e Jack London, ele sinaliza que tais ações são fundamentais em uma sociedade contaminada pelo medo e por incertezas.

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