Dicas de Livros em Português sobre o Irã

Dicas de livros didáticos, romances e histórias em quadrinhos disponíveis em língua portuguesa para quem quer conhecer melhor a cultura do Irã:


  • Não Ficção

Ano de lançamento: 2010
Autoras: Adriana Carranca e Marcia Camargos
Editora: Globo Livros
Sinopse: Neste relato original e impactante, Adriana Carranca e Marcia Camargos revelam traços da cultura, os hábitos e o cotidiano iraniano. Questionando estereótipos e vivenciando experiências surpreendentes, O Irã sob o chador: duas brasileiras no país dos aiatolás expõe um país complexo e controverso, muito distante do que o imaginário ocidental ajudou a consagrar. Uma sociedade que caminha entre forças conservadoras e um ímpeto de renovação, em meio a mobilizações sociais raras no mundo contemporâneo.


Ano de lançamento: 2004
Autora: Azar Nafisi
Editora: Edições Best Bolso
Sinopse: A autora iraniana Azar Nafisi nos conduz à intimidade da vida de oito mulheres que precisam encontrar-se secretamente para explorar a literatura ocidental proibida em seu país. Durante dois anos, antes de deixar o Irã, em 1997, Nafisi e mais sete jovens liam em conjunto “Orgulho e Preconceito”, “Madame Bovary”, “Lolita” e outras obras clássicas sob censura literária. A narrativa de Nafisi remonta aos primeiros dias da revolução islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini (1979), quando ela começou a lecionar na Universidade de Teerã, em meio a um turbilhão de protestos e manifestações. Obra de grande paixão e beleza poética que nos ajuda a entender os sangrentos conflitos do Irã com o vizinho Iraque, e a tirania do regime islâmico. 


  • Romances



 Ano de lançamento: 2007
Autora: Marcia Camargos
Editora: Ediouro
Sinopse: Este livro é um romance baseado na história real de um jovem iraniano e seu melhor amigo. Contrariando normas rígidas, Kurosh Majidi (nome fictício) apaixona-se por Zibã, uma não muçulmana. Na direção oposta, seu amigo Behruz abraça o radicalismo xiita. Quando a história assume proporções trágicas, Kurosh decide que chegou a hora de partir. Começa então sua epopéia, ponto central do livro. Kurosh aventura-se rumo à fronteira com a Turquia e acaba preso e torturado. Retorna à cidade natal, mas não desiste. Como um albatroz, a grande ave migratória, ele reúne forças, supera o medo e atravessa a cordilheira coberta de neve e infestada de lobos famintos. 


Ano de lançamento: 2010
Autor: Mahbod Seraji
Editora: Rocco
Sinopse: Em Teerã é muito comum, no verão, dormir no telhado. O calor seco do dia resfria-se após a meia-noite, e quem fica lá em cima acorda com os primeiros raios de sol na face e com o ar fresco nos pulmões. E é deste lugar que os adolescentes Pasha e Ahmed, amigos inseparáveis, observam o mundo e as pessoas ao redor. É também dali que Pasha consegue ver e admirar Zari, sua vizinha, uma jovem já prometida para casamento. Este é o ponto de partida de Os telhados de Teerã, primeiro romance do autor iraniano, Mahbod Seraji, que emigrou para os Estados Unidos na década de 1970 e que, atualmente, vive na Califórnia, na Baía de São Francisco.
  • Cinema Iraniano

Ano de lançamento: 2004

Autor: Jean-Claude Bernardet

Editora: Cia. das Letras
Sinopse: Caminhos de Kiarostami analisa as características estilísticas da obra do cineasta iraniano, um dos expoentes da cinematografia contemporânea. Baseando-se em inúmeros depoimentos do diretor e em filmes como Vida e nada mais, Close up, O gosto da cereja e Dez, Jean-Claude Bernardet reflete sobre o cinema de Abbas Kiarostami, com sua linguagem decididamente não narrativa e suas ficções com jeito de documentário. Mas a questão analisada não é a relação entre ficção e documentário, e sim o princípio da incerteza que rege a obra do cineasta: em decorrência desse recurso autoral, o espectador nunca sabe exatamente a que está assistindo. 

Ano de lançamento: 2006
Autora: Alessandra Meleiro
Editora: Escrituras
Sinopse: Nas últimas décadas, o Novo Cinema Iraniano ganhou projeção internacional, conquistando vários prêmios e festivais consagrados. Os filmes de reconhecidos diretores, como Abbas Kiarostami e Mohsen Makhmalbaf, despertam, ao mesmo tempo, interesse, admiração e curiosidade no mundo inteiro. O Novo Cinema Iraniano – Arte e Intervenção Social coloca em cena a sociedade iraniana ávida por mudanças, decifrando a si mesma por meio de suas polêmicas produções cinematográficas. Filmes censurados internamente, porém com enorme repercussão no exterior.

  • Histórias em Quadrinhos

Ano de lançamento: 2007
Autora: Marjane Satrapi
Editora: Cia. das Letras
Sinopse: Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita – apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares. Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama – e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar. 


Ano de lançamento: 2010
Autora: Marjane Satrapi
Editora: Cia. das Letras
Sinopse: Os almoços de família na casa da avó de Marjane Satrapi, em Teerã, terminavam sempre com o mesmo ritual – enquanto os homens iam fazer a sesta, as mulheres lavavam a louça. Logo depois começava uma sessão cujo acesso só era permitido a elas – o ‘bordado’. O ‘bordado’ iraniano seria equivalente ao brasileiríssimo ‘tricô’, não fosse uma acepção bastante particular – a expressão designa também a cirurgia de reconstituição do hímen, uma decisão pragmática para as mulheres que não abrem mão de ter vida sexual antes do casamento, mas sabem que precisam corresponder às expectativas das forças moralistas do país. O grupo que se reúne na casa da avó de Marjane é uma amostra de mulheres com moral e experiência bastante variadas, mas sempre às voltas com o machismo e a tradição. 

 Ano de lançamento: 2008
Autora: Marjane Satrapi
Editora: Cia. das Letras
Sinopse: Se em Persépolis Marjane Satrapi empreendeu um relato autobiográfico, em Frango Com Ameixas não é sua própria vida que está em foco, mas a de seu tio. Artista como ela, Nasser Ali começa a narrativa com uma tragédia pessoal – durante uma briga, sua mulher destrói o antigo e precioso tar (um instrumento de cordas da tradição persa) que o celebrizara como um dos maiores músicos do país. Nasser Ali sai em busca de um novo instrumento, mas parece impossível encontrar um que tenha o som tão perfeito como o que ele herdara na juventude, durante seus anos de formação. A procura pelo tar o leva a conflitos com a família, os amigos e sua própria identidade de artista – é como se ela tivesse se rompido junto com o instrumento. 
Ano de lançamento: (2010)
Autores: Amir & Khalil
Editora: Leya
Sinopse: O paraíso de Zahra é uma trama ficcional permeada de pessoas reais e eventos que buscam oferecer uma visão do que é o Irã no início do século XXI. É uma história que narra a revolta ainda em andamento neste país governado pelos aiatolás.


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Sinopses tiradas do site  SKOOB

Este post tem 0 comentários

  1. DanielSSM

    Li o Paraíso de Zahra, e posso dizer que é emocionante. Não se quer parar de ler. Como é uma história em quadrinhos a leitura é fácil e dinâmica. Com ele se entende um pouco do que foi a revolução verde e algumas das coisas horrendas que o regime faz com quem considera perigoso.
    Estou com a travessia do albatroz para ler e parece ser um romance bem legal.

  2. Janaina Elias

    Olá Daniel, adorei vc ter postado sua opinião sobre o HQ, eu ainda não tive oportunidade de ler Paraíso de Zahra. Por favor, sinta-se a vontade para compartilhar também sua opinião sobre a Travessia do Albatroz, quando acabar de ler.

  3. DanielSSM

    Terminei a Travessia do Albatroz! É uma mistura para todos os gostos! Fala de diversos aspectos da cultura persa, culinaria, costumes locais, matrimônios, xiimos e zoroastrianismo, vários comentários sobre cidades importantes cidades, geografia e outros. Fala bastante da história da Pérsia (fica-se maravilhado com sua cultura), e retrata de forma muito boa como foi viver uma verdadeira revolução. Do dia pra noite o tudo mudou: antes aconselhava-se cortar a barba, depois incentivava-se deixa-la crescer; antes propagavam o fim do véu, depois tapar os cabelos tornou-se obrigatório para mulheres. Isso tudo retratado do ponto de vista de um adolescente que teve sua juventude atingida em cheio pela Revolução Islâmica e, em seguida, a Guerra Irã-Iraque. Ele vê seus amigos, um a um, entregando-se ao fanatismo como solução para tamanho sofrimento. Há também um bom romance com uma zoroastriana, que também é posto em cheque com a revolução. É uma narrativa fácil e dinâmica que se aprende muito, desde história até culinária. Recomendo bastante!
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    P.S.: Claro que o Irã retratado no livro não é o que se vê hoje. O Irã que o personagem viveu era um país desolado pela revolução e pela guerra. O Irã hoje é bem mais tranquilo que aquela época. Ainda há violações claras dos direitos humanos e perseguições religiosas, mas nada comparado a aquele período.

  4. Raymundo de Lima

    Li Lendo Lolita em Teerã, gostei muito. A autora foi feliz em equilibrar literatura e história recente do país. Para nós do ocidente e sobretudo que precisamos esclarecimento sobre a cultura, religião, governo, o povo do Irã, a narrativa é INTERESSANTÍSSIMA. Na verdade, Nafisi é professora de literatura inglesa, e como boa iraniana culta desenvolve um estilo de escrever bem a realidade. Eis minha sugestão. Parabéns pelo blog, Janaina.

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