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O diretor Majid Majidi |
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Walter Salles e Majidi (Oscar 1999) |
Em 1998, Majidi dirigiu “Filhos do Paraíso”, que foi o primeiro longa-metragem iraniano indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro que na ocasião perdeu para o filme italiano “A Vida é Bela” de Roberto Benigni (no mesmo ano em que “Central do Brasil” de Walter Salles também foi indicado pela Academia). Nos anos posteriores, Majidi dirigiu outros longas de sucesso como “A Cor do Paraíso”, de 2000, “Baran” de 2001, e “Entre Luzes e Sombra” de 2005. Ele também dirigiu um documentário de longa-metragem intitulado “Barefoot to Herat”, que narra a vida nos campos de refugiados da cidade de Herat no Afeganistão, durante e após a ofensiva anti-talibãs de 2001.
Majidi se recusou a participar de um festival de cinema na Dinamarca em protesto contra a publicação das caricaturas satirizando o profeta Maomé em um jornal do país. Sobre sua retirada desse festival, escreve: “Eu acredito em Deus e vivo com as minhas crenças a cada momento de minha vida. Gostaria de protestar contra o insulto a qualquer crença ou ícone religioso. Por esta razão, gostaria de anunciar minha retirada do seu festival. “
A maestria de um cineasta como Majidi está em produzir filmes que falam em uma linguagem clara e simples como encontrar uma saída para o problema da intolerância devido ao estranhamento cultural entre os povos. Assim ele declara : “A linguagem da política, e a política em si, sempre criaram diferenças entre as pessoas. Mas a linguagem artística e cultural da nossa civilização sempre agiu de outra maneira: ela sempre uniu as pessoas. Além disso, a política sempre produz resultados transitórios. Pode haver grandes mudanças, mas as mudanças nem sempre duram muito tempo, enquanto que o impacto produzido através da arte e da cultura vai durar muito mais tempo. Basicamente, cultura e arte são baseados em características comuns entre as pessoas. Não importa o país ou cultura, você sempre acredita em amizade, você sempre acredita nos valores humanos, e você sempre acredita na paz. Estes são os valores básicos que todo mundo acredita, e nós podemos demonstrar esses valores e fazê-los permear através das manifestações culturais e artísticas.”
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Majidi e o ator Reza Naji durante as filmagens de “A Canção dos Pardais” |
Muitos se perguntaram qual é a necessidade de expor a pobreza existente no Irã em um filme como “Filhos do Paraíso”, se o país já possui uma imagem internacional tão obscurecida? Majidi aponta que a preocupação de sua arte não está em revelar o lado cruel da pobreza como uma maneira de impactar o público e alertar sobre a situação miserável de alguns grupos no país. Mas retratar o caráter digno de seus personagens que atuam representado a vida em situações limites, tão valorosamente quanto fariam atores em papéis de pessoas em condições sociais melhores. Como um competente diretor e artista, a harmonia criada pelos combinação de elementos simbólicos, atores, cenário, música e trabalho de câmera e edição nos filmes de Majidi preenchem as expectativas até mesmo daqueles que possuem um senso estético mais exigente.
Sobre o seu impensado sucesso, e seu triunfo pessoal com as sucessivas premiações internacionais de “Filhos do Paraíso”, declara o diretor Majidi: “Acontece que eu estava certo, e o filme foi muito bem sucedido no Irã. Ele quebrou recordes de bilheteria e ganhou vários prêmios em nosso equivalente do Academy Awards. Os produtores achavam que não havia mercado para um roteiro como este, e quando o filme foi feito, ele revelou que, sim, havia um mercado para ele.”
- Baduk (1992) – 17ª Mostra
- O Pai (1996) – 20ª Mostra
- Baran (2001) – 26ª Mostra
- A Canção Dos Pardais (2008) – 32ª Mostra
Site da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e Wikipedia
Virei fã do Majid Majidi !!!
bj
Laura
já vou procurar pra baixar!