A Era Clássica dos Épicos e grandes poetas
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O encontro de Firdausi com os poetas da côrte (c. 1532). |
A aptidão dos persas para versificar expressões cotidianas é tão forte que se pode encontrar poesia em quase toda obra clássica, seja ela de literatura, ciência ou metafísica. Em suma, a capacidade de escrever em verso era um pré-requisito para qualquer estudioso.
A fase inícial da poesia persa foi caracterizada por um forte patrocínio da côrte e discursos extravagantes que eram conhecidos como sabak fakher (estilo
exaltado). O Qasida foi talvez a forma mais famosa de discurso, embora as “Quadras” tais como as Ruba’iyyat de Omar Khayyam também foram muito populares. Também através do sistema de patrocínio da côrte surgiu o estilo épico de poesia, chegando ao ápice com o Shahnameh de Ferdowsi . Ao glorificar o passado histórico do Irã em versos heróicos e exaltados, ele ajudou a preservar um sentido de identidade para os povos iranianos ao longo dos tempos. Ferdowsi definiu um modelo a ser seguido por uma série de outros poetas mais tarde.
O século XIII marca o predomínio da poesia lírica com o desenvolvimento do
Ghazal assim, como o surgimento da poesia mística Sufi. O estilo G
hazal é freqüentemente chamado de “estilo Araqi”, (as províncias ocidentais do Irã eram conhecidos como araq-e Ajam ou Iraque persa) e é conhecido por suas qualidades líricas emocionais, riqueza métrica rica e a relativa simplicidade de sua linguagem. Poetas como Sana’i e Attar (que aparentemente inspirou Rumi), Shirvani Khaqani , Anvari , e Nezami , eram altamente respeitados escritores
Ghazal, no entanto, a elite desta escola são
Rumi,
Sa’di e
Hafez .
No gênero didático pode-se citar o Hadiqat-ul-Haqiqah (O Jardim da Verdade) de Sanai , bem como Makhzan-ul-Asrar (O Tesouro dos Segredos) de Nezami. Algumas das obras de Attar também pertencem a este gênero, assim como as grandes obras de Rumi, embora alguns tendem a classificá-las no estilo lírico, devido às suas qualidades místicas e emocionais. No entanto, uma das obras-primas deste gênero é Bustan (O Pomar) de Sa’di.
Após o século XV, o estilo indiano de poesia persa (por vezes também chamado estilo Isfahani ou Safávida), dominou. Este estilo tem raízes na era Timurida e produziu autores como Amir Khasrow Dehlavi, e Bhai Nand Lal Goya.
Os Poetas Modernos e uma nova identidade literária
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Retrato de Nima Yushij |
Nima Yushij é considerado o pai da poesia persa moderna, por tê-la libertado de seu rigor formal ampliando a percepção e o pensamento dos poetas que vieram depois dele. Nima ofereceu uma compreensão diferente dos princípios da poesia clássica, mas não se limitou a remover os parâmetros tradicionais. Seu objetivo em renovar a poesia era fazê-la alcançar uma “identidade natural” procurando focá-la em um entendimento contemporâneo da existência humana e social. No entanto, o crédito por tornar popular essa nova forma literária dentro de um país e cultura solidamente baseados em mil anos de poesia clássica foi dado a seu discípulo Ahmad Shamlou.
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Retrato de Parvin Etesami |
Poucos notáveis poetas clássicos surgiram desde o século 19, entre os quais Mohammad-Taghi Bahar e Parvin Etesami foram os mais celebrados. Mohammad-Taghi Bahar tinha o título de “rei dos poetas” e teve um papel importante no surgimento e desenvolvimento da literatura persa no início do século 20, o tema de seus poemas era a situação social e política do Irã. Parvin Etesami pode ser chamada de a maior poetisa persa no estilo clássico. Sua notável série Mast va Hoshyar (O Bêbado e o Sóbrio), conquistou a admiração de muitos dos envolvidos na poesia romântica.
Entre centenas de poetas contemporâneos persas, estas e outras figuras notáveis da poesia clássica como Mirzadeh Eshghi, Aref Ghazvini, Fereydoon Moshiri, Sohrab Sepehri, Siavash Kasrayi e Mohammad-Reza Shafiei-Kadkani talvez sejam considerados os melhores poetas modernos do Irã.
Magnífico artigo, Janaína (entre tantos outros…)
Obrigada David! Conhecer toda forma de arte é sempre magnifico, não é?