A origem persa dos símbolos natalinos

Velas, frutas vermelhas e passas: símbolos da Yalda e do Natal! 
Salam amigos! O Natal se aproxima e nesta época, em quase todas as casas, ruas e estabelecimentos, encontramos a decoração típica que nos recorda esta data tão especial.  Mas, você já parou para pensar qual é a verdadeira origem dos símbolos natalinos? A cultura persa é repleta de tradições, símbolos e personagens que parecem nos responder a esta pergunta.

Primeiro, vamos notar a proximidade de duas datas com significados semelhantes. A Yalda (20 ou 21/12), do calendário persa e o Natal (25/12) do calendário gregoriano. A noite de Yalda representa a vitória da luz sobre a escuridão, o triunfo do bem sobre o mal. Estes conceitos são oriundos do Mitraísmo, uma religião trazida a Europa pelos gregos, após a derrota dos persas por Alexandre e durante o séc. IV, tornou-se a religião predominante na Europa, e a principal concorrente do cristianismo. 
O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do deus persa Mitra, o “Sol da Virtude”. A data foi incorporada pela Igreja, que em vez de proibir as festividades pagãs, forneceu-lhes significados cristãos. As alusões dos padres da Igreja ao simbolismo de Cristo como “o sol de justiça” (Malaquias 4:2) e a “luz do mundo” (João 8:12) expressam esse conceito.

Os Magos da Pérsia previam a chegada de um salvador há cada 1000 anos
Na antiga Pérsia, a oposição entre as forças era muito importante, tendo a luz representada por Ahura Mazda e a escuridão por Ahriman, daí provavelmente vem a tradição das luzes de Natal, simbolizadas por velas e pisca-piscas. E a tradição zoroastriana, escrita no Zend Avesta prevê a chegada de três “salvadores” nascidos em um ciclo de 1000 anos concebidos de uma virgem, em um período de 3000 anos. E foi no segundo destes ciclos, que os três Magos, que eram provavelmente sacerdotes zoroastrianos (magi), viram o surgimento da era de Peixes, com o nascimento de Jesus no primeiro dia mais longo do ano, há 2000 anos atrás. (Veja o post sobre A provável origem persa dos Reis Magos).

Relevo na escadaria da Apadana, em Persépolis,  provavelmente as primeiras árvores de Natal
Se você visitar as ruínas de Persépolis, no Irã, irá ver a representação de várias árvores de Natal esculpidas em relevo nas escadarias da Apadana (salão de audiência do rei Dário). E se você odeia passas no arroz, já pode culpar os persas! O arroz com passas persa é chamado de Javaher Polo, que significa “arroz com jóias” e simboliza uma vida doce. As frutas frescas, passas e nozes, típicas da época natalina, também se encontram nas korsi das casas iranianas durante a noite de Yalda. Cada fruta tem um significado especial, por exemplo, as nozes simbolizando, abundância e prosperidade e as maçãs e melancias a saúde, etc.

E para finalizar, seriam o Papai Noel e o Amu Nowruz dos persas, a mesma pessoa?

Ator iraniano representando o Amo Nowruz, o bom velhinho do Ano Novo Persa

O Amu Nowruz, também chamado de Baba Nowruz, é um dos personagens do Ano Novo Persa, sua, figura  é um velhinho de longas barbas brancas, gorro, cajado e trajes verdes, que traz os presentes para as crianças nesta época. Eu iria ainda mais longe, buscando semelhanças no traje vermelho com gorro do Haji Firuz, outro personagem folclórico iraniano…

E de onde será que vem a roupa vermelha do Papai Noel? 
Independente de nossas crenças, o importante é confraternizar o momento, e unir nossos corações no desejo universal da paz que o Natal simboliza!

Fontes consultadas: Iran News Blog e Crystalinks

Este post tem 0 comentários

  1. Karla Mendes

    Amei esse post Azizam Jana! Obrigada por enriquecer nossa bagem de conhecimento… Fiquei muito feliz com essa relação das tradições que muitas vezes vivemos sem conhecer, com as tradições da Pérsia! Mamnoon!

  2. Janaina Elias

    Obrigada Karla jun! Sua opinião é sempre muito importante e incentivadora para mim! Boooosss!

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