O tapete persa mais famoso do mundo

O Tapete de Ardabil  preservado no Museu V&A em Londres

O Tapete de Ardabil é o mais antigo e também um dos maiores, mais belos e importantes historicamente. Atualmente ele encontra-se em exposição na Galeria de Arte Islâmica do Museu Victoria & Albert em Londres. Originalmente foi feito no séc. XVI em conjunto com um segundo tapete especialmente para o santuário de Shaykh Safi Al-Din em Ardabil, que foi promovido a um importante centro de peregrinação no reinado do Shah Tahmasp durante a dinastia Safávida no Irã.
Em uma das extremidades do tapete há uma  série de inscrições em quatro linhas. As duas primeiras linhas são uma citação poética que se refere ao santuário: “Além de sua entrada, não há refúgio para mim neste mundo. Além destas portas não há local de descanso para minha cabeça.” A terceira linha é uma assinatura:  “Trabalho do escravo do portal, Maqsud Kashani.” Maqsud foi provavelmente um oficial da corte encarregado da produção dos tapetes. Ele não era um escravo na verdade, mas chamou a si mesmo assim, como uma expressão de humildade, enquanto a palavra “portal” podia remeter a corte real ou ao santuário. Neste caso, a própria corte era quem patrocinava o santuário. A quarta linha contem a data de 946 do calendário islâmico, que equivale aproximadamente a 1539 – 1540 da nossa era.

O tapete de Ardabil “maior”, para ver zoom:
 clique direito “abrir imagem em nova guia” 
Os tapetes originais mediam 10,5 x 5,3 m,  feitos de lã e seda, e foram confeccionado por mais de dez tecelões trabalhando ao mesmo tempo. Ao contrário da maioria dos tapetes que eram feitos em casa pelas mulheres, aqueles patrocinados pela corte eram feitos em sua maioria por homens. Devido a seu tamanho e  complexidade dos desenhos, era necessário uma equipe de tecelões habilidosos trabalhando durante anos seguindo o projeto que era feito por um desenhista. Os padrões incluem dez cores e a lã usada para tecer os fios foi tingida com corantes naturais como casca de romã e índigo. 
O desenho de ambos os tapetes é formado por quatro faixas paralelas que cercam um largo campo retangular, onde no centro encontramos um grande medalhão amarelo. Cada parte do desenho é preenchida com um ou mais tipos de fantásticos arabescos e formas florais.O medalhão é rodeado por um anel de formas ovais pontudas com a figura de uma lâmpada pendendo de cada extremidade. Nas bordas do retângulo central há quatro cantoneiras que repetem o padrão do medalhão central. Os padrões do tapetes persas em geral são rigorosamente simétricos, mas curiosamente as figuras das duas lâmpadas tem diferentes tamanhos. Acredita-se essa diferença de tamanho é um ilusão de ótica na qual ao observar do lado da lâmpada menor, ambas parecerão do mesmo tamanho. Outra explicação, é que trata-se de um erro deliberado no desenho, refletindo que a perfeição pertence somente a Deus. 
Em 1843, os dois tapetes ainda se encontravam no santuário de Ardabil, quando foram vistos por dois viajantes britânicos. Trinta anos depois, após o santuário ser danificado por um terremoto, os tapetes foram comprados pela compania Ziegler &Co de Manchester. Como ambos os tapetes estavam danificados, partes de um serviram para restaurar o outro. Assim surgiu, um tapete completo e outro sem as bordas.  Em 1893, o tapete completo foi comprado pelo Museu Victoria & Albert de Londres e tapete menor foi vendido secretamente para um colecionador americano em 1953 e doado ao Museu de Arte do condado de Los Angeles.

O Tapete de Ardabil “menor”, exposto no Museu de Los Angeles

Baseado em artigo do site Victoria & Albert Museum

Este post tem 0 comentários

  1. Anônimo

    Salam Jana Jan!!!
    Nossa, sou encantada com tapetes persas!! Meu sonho é ter um! Vc comprou algum em sua viagem ao Irã?
    Amei o post, já está na minha lista de visitação para quando eu voltar a Londres!
    Beijos, Lívia

  2. Janaina Elias

    Salam Lívia azizam! É sempre uma alegria ver seu comentário aqui!
    Pois eu não comprei o tapete, porque faço parte do grupo de turistas que se contenta com pequenos souvenires e fotos! Mas namorei muito um pequeno tapete tribal lá em Yazd 😉
    Beijo grande!

Deixe um comentário