Grandes mulheres da Pérsia: Mandana, a mãe do Rei Ciro

Salam amigos! Atendendo a pedidos, vamos iniciar uma série sobre as grandes mulheres persas. Você sabia que as mulheres da antiga Pérsia tinham muito mais poder do que nos é contado através dos livros de história? Elas são exemplos inspiradores para as mulheres de todos os tempos, por isso é grande a importância de resgatarmos suas histórias nos tempos atuais.
Hoje vamos apresentar, Mandana, a mãe do rei Ciro, o Grande
Nascida em Ecbatana em 584 a.C., Mandana, cujo nome significa “a Eterna”, em persa antigo, foi uma princesa, filha do poderoso rei Astíages da Média e Ariyenis da Lídia, mais tarde, a esposa de Cambises de Anshan e mãe de Ciro, o Grande, governante da dinastia aquemênida da Pérsia e autor da primeira carta dos direitos humanos
A rainha Mandana é um personagem central em lendas que descrevem a infância do rei Ciro. Segundo o historiador grego Heródoto, após o nascimento de Ciro, o rei Astíages teve um estranho sonho que seus magos interpretaram como um sinal de que seu neto acabaria por derrubá-lo. Para impedir esse desfecho, Astíages prometeu  Mandana em casamento ao príncipe vassalo Cambises I de Anshan, “um homem de boa família e hábitos calmos”, que não seria uma ameaça ao seu reino. 
Quando Mandana ficou grávida, Astíages teve um segundo sonho no qual uma videira crescia do ventre de sua filha e alcançava o mundo inteiro. Aterrorizado,  ele  ordenou que seu  fiel mordomo Harpago se livrasse do menino. Mas, Harpago, moralmente incapaz de fazer isso, escondeu a criança com um pastor chamado Mitridates. Assim, Ciro cresceu sem saber que veio de uma linhagem real.
O historiador Xenofonte também faz referência a Mandana em sua  obra Ciropédia: A Educação de Ciro. Nessa história, Mandana e seu filho viajam para a corte de Astíages, quando Ciro ainda era um adolescente. Ciro encantou seu avô e incluiu o rapaz na caçada real, enquanto Mandana retornou para a casa de se marido em Anshan. No momento em que Ciro conta que seu pai, Cambises I, está doente e retorna para visitá-lo em seu reino, Astíages o persegue e dá início a uma batalha contra seu neto e futuro grande rei.
Representação artística de Mandana, pintura de Hojat Shakiba

Ainda na obra, “As Viagens de Ciro”, o historiador Xenofonte descreve como a rainha mãe Mandana moldou o caráter do futuro rei Ciro: 

“Uma princesa de virtude incomum, de um entendimento bem cultivado e de um gênio superior. Ela se ocupava durante a jornada em inspirar Ciro, com o amor pela virtude, entretendo-o com fábulas de acordo com as maneiras do Oriente(…) Mandana, às vezes observava que Ciro estava se tornando egoísta, e para prevenir que esses vícios manchassem suas grandes qualidades, ela se esforçou em sensibilizá-lo sobre esse desvio de caráter, contando a fábula de Sozares, um príncipe do antigo império da Assíria” (…)(tradução livre a partir de The Travels of Cyrus em Google Books). 

As referências históricas datam a morte de Mandana no ano de 559 a.C; no entanto, como este ano é considerado a data da morte de seu marido, Cambises I, não se sabe se essa é a data real de sua morte ou quando ela mudou seu status de rainha consorte para rainha-mãe. 

Persepolis – Persian Encyclopedia, Wikipedia e The Travels of Cyrus em Google Books.

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