Chub-Bazi, a dança dos bastões do folclore iraniano

Chub-bazi, dança dos bastões na província de Sistan e Baluchistan

Chub-bazi
, que literalmente significa “jogo dos bastões” ou “dança dos bastões” é um tipo de dança folclórica encontrada em todo o Irã. A coreografia consiste em uma espécie de combate pacífico, onde os dançarinos se desafiam com seus bastões. Acredita-se que a origem da dança seja uma reminiscência dos antigos combates que eram realizados com espadas.  
Há dois tipos de chub-bazi: o primeiro assemelha-se mais diretamente com um combate estilizado; embora alguns movimentos sejam rítmicos, os dançarinos batem os bastões em uma espécie de improviso. É uma dança tipicamente masculina, em pares diante de uma roda de espectadores. Este estilo de dança é encontrado principalmente entre as tribos do sudoeste do irã, como os lors, bakhtiaris e qashqais. Por ser uma dança competitiva, agressiva e perigosa, somente dançarinos experientes fazem as performances. Se um dançarino inexperiente tentar entrar na brincadeira, pode até sofrer fraturas nas pernas!
No estilo Qashqai, dois dançarinos seguem um acompanhamento musical, geralmente de karna (corneta) e naqqara (tambor). Um dançarino assume o papel de atacante, e outro o de defensor. O atacante circula o defensor até  conseguir acertá-lo na perna, então os papéis se invertem e outros dançarinos vão se alternando na sequencia. O chub-bazi é ao mesmo tempo uma dança e uma exibição de talento e bravura; os participantes são julgados tanto por suas habilidades de combate quanto pela graça na execução dos movimentos de dança.
Este tipo de dança geralmente é praticado nas celebrações de casamentos ou outros eventos folclóricos. Por exemplo, na cidade de Arak, o chub-bazi é parte de um ritual performado no quadragésimo dia do inverno (10 de Bahman/30 de janeiro). Um grupo de homens chamado nāqālī vai de casa em casa dirigindo rituais para atrair fertilidade e boa sorte. Eles entram no pátio da casa e iniciam os rituais com o chub-bazi, acompanhado pela música do sorna (clarineta) e dohol (tambor).  
O segundo tipo de chub-bazi é mais uma forma de recreação social do que uma competição. Os movimentos dos dançarinos e as batidas dos bastões seguem um padrão rítmico definido. Pode ser executado em pares ou em círculo e podem incluir tanto homens quanto mulheres.  Neste estilo, cada dançarino carrega seu bastão e executa um passo básico, batendo nos bastões dos outros dançarinos, e batendo seu próprio bastão no chão, seguindo o ritmo da música. Embora os padrões de movimentos sejam definidos, sempre há um espaço para a improvisação individual.  
Na cidade de Marand, na província do Azerbaijão Oriental, também há um estilo similar, celebrando o final do inverno, no qual os dançarinos utilizam dois bastões, com o acompanhamento rítmico do daf (tambor com argolas).
Além do Irã, as  danças com bastões existem em todo o Oriente Médio (por exemplo o tahtib no Egito), na Ásia Central e Índia. De fato podemos encontrar este estilo de danças no mundo todo. Aqui no Brasil, encontramos alguma semelhança com as danças de origem africana como o  maculelê e o Moçambique.

🔗Adaptado de The Circle of Anciente Iranian Studies

Este post tem 0 comentários

  1. Rodrigo Reis

    Isto me lembra os pauliteiros do leste de trás os montes, em Portugal e também os trenos de Moçambique que vi em São Paulo. Não sei se tem alguma ligação ou se é uma grande coincidência.

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