“Ao Jardim dos Viajantes” – poema de Sohrab Sepehri

Retrato do poeta Sohrab Sepehri (1928-1980)

Chame, oh me chame
sua voz soa tão bem
sua voz é como a verde essência da erva rara
que cresce na intimidade mais extrema da tristeza.

Nas dimensões desta era de silêncio,
Me sinto mais só que o fragmento de uma canção
ecoando na percepção de uma ruela.
Venha, deixe eu lhe dizer como é vasta a minha solidão
e minha solidão não previu
a magnitude da sua incursão noturna,
tal é a força do amor.
 

Não há ninguém.
Vamos roubar a vida, e depois
dividi-la entre dois encontros.
Vamos tentar entender, você e eu,
algo sobre a natureza da pedra.
Vamos discernir as coisas mais rapidamente.
Veja como as mãos da fonte pulverizam o tempo
na marca circular do lago.
 

Desvaneça como uma palavra na linha do meu silêncio
apague a massa luminosa do amor na palma da minha mão.
 

Tradução livre do inglês para o português realizada por Arlene Clemesha, a partir do livro The Lover is always Alone, Selected Poems –  traduzido do persa para o inglês por Karim Emami, Ed. Shaul Bakhash, 2004, Irã.
(Fonte: Revista Zunái)

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