Cheguei cedo no aeroporto Internacional de Guarulhos (umas 21:30). Primeira viagem internacional, ansiosa e preocupada em não me atrasar, o recomendável é que chegasse com 3 horas de antecedência, acabei chegando com 6 horas de antecedência! Bichinho do mato, fui auxiliada por um gentil senhor peruano a encontrar o guichê da Turkish Airlines (que só abriria dali há 3 horas)!
Sozinha ali com uma mala e uma mochila pesadíssimas, sentei para tomar um café e fiquei papeando no celular com minha amiga Karla até dar a hora de despachar as malas e seguir para o portão de embarque… O meu voo saiu às 3:30 da madrugada. Como eu nunca tinha voado antes, senti um frio na barriga durante a decolagem, mas dali a pouco o sono dominou tudo. No avião, a maioria dos passageiros teria como destino final, Istambul, na Turquia onde eu teria que esperar mais 3 horas por um outro vôo até Teerã, no Irã.Acredito que eu deveria ser a única brasileira indo para o Irã!
Enfim, de Guarulhos à Istambul são 13 horas de vôo. Tem gente que dorme a viagem toda, o que não é o meu caso, ainda bem que tinha como se distrair com as músicas e documentário disponíveis na telinha diante da minha poltrona ou vislumbrando desertos e mares pela janela. Antes de pousar em Istambul, o avião faz uma curva medonha e vai baixando ainda sobre o mar, dá um gelo na espinha!
Atravessando desertos e mares… |
Detalhe importante: na escala você deve acertar o seu relógio para a hora local! Por exemplo quando cheguei a Istambul meu relógio ainda estava com hora de São Paulo, então tive que acertar para a hora local e repetir o mesmo passo quando chegasse em Teerã.
O vôo de aproximadamente 2:30 foi meio tedioso. Avião menor, nada de musiquinhas nem filmes, nem janela! Eu estava sentada ao lado de um jovem casal que dizia ser da cidade de Mazandaran, o rapaz ao constatar minha nacionalidade disse animado: “Wow, a seleção do seu país é a melhor!” E comentou com a esposa que sorriu para mim.
Poucos minutos antes do avião pousar, as mulheres começaram a vestir seus manteaus e cobrir os cabelos com seus shals. Enquanto isso, eu sentia uma grande emoção tomar conta de mim. Enquanto tentava observar pela janela distante as primeiras luzes da cidade de Teerã meus olhos se encheram de lágrimas e eu dizia para mim mesma: “Obrigada Deus, finalmente eu consegui!” Outros passageiros olhavam para mim espantados com meu chororô, o rapaz que estava ao meu lado com a esposa perguntou: “Você está com medo? Não tenha medo! O Irã vai ser muito bom para você…” Eu respondia com a voz trêmula: “Não estou com medo… estou muito feliz! São lágrimas de felicidade! Finalmente eu consegui chegar aqui!”.
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Finalmente no IKA, cansada, mas feliz… (foto tirada por Majid) |
Finalmente no Aeroporto Internacional Imam Khomeni (IKA), Teerã às 5:40 da manhã. O movimento ali é muito tranquilo, bem diferente de Istambul. Me dirigi para a imigração, onde eu era a primeira da fila dos estrangeiros, seguida por um grupo de mochileiros. O funcionário que aparentemente não falava inglês, deu uma breve olhada no meu visto no passaporte com um ar sério, leu meu nome com sotaque persa, carimbou e devolveu. O mesmo senhor simpático que havia falado comigo antes de entrar no avião, lá do outro lado (a fila dos iranianos) perguntou se havia dado tudo certo e deu um tchauzinho!
Enquanto eu esperava pela família que deveria me receber em Teerã, Majid comprou para mim uma água e tirou uma foto da minha carinha de cansada envolta no hejab negro. Porém não demorou muito até o casal Nader e Ashraf, que são parentes de minha querida amiga Afsaneh chegarem para me buscar. Ashraf me abraçou com muito carinho e Nader arriscou em inglês: “welcome to Iran!”
JANAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!
Passei um longo tempo longe do Chá, (tô tão ocupado com as coisas da faculdade que praticamente estou sem vida) e só descobri agora que você viajou pro Irã. Entro no Facebook e me deparo com link pra esta postagem… Me emocionei ao terminar de ler!!
Tô muuuuuito curioso para as próximas postagens! Um beijo minha amiga!
Janaina, estou me transportando de volta ao Irã com a sua viagem… tenho muita saudade de lá… muita, muita! Não tenho recebido suas postagens pelo Facebook, o que acontece? Estou esperando que você conte todas as suas experiências. Bjs
Salam Jana Jan!
é sempre um prazer ler o seu relato apaixonante sobre a Pérsia!
Bause Kbir!
Denise Bomfim.`.
Salam Matheus, seja bem vindo sempre! Eu imagino como deve estar sua vida, eu também já passei por isso 🙂 Então,finalmente consegui realizar o meu sonho de ir para o Irã. Fico feliz que vc tenha tirado um tempo para ler meu relato, espero que curta também o que vem por aí!
Beijão e boa sorte na facul!
Salam Maci, que delícia recordar os momentos em que estivemos lá, não é? Eu também tenho muuuuita saudade, quero voltar de novo ano que vem e quem sabe ficar mais tempo! Estou postando com menos frequência na página do Facebook, mas dá uma conferida lá que tem todas as atualizações.
Bjs!
Salam Denise jan!
Muito obrigada por apreciar meu relato. Quando releio parece que consigo voltar nos lugares onde estive e visualizar todos os detalhes.
Por favor não pense que eu não estou acompanhando os posts do seu oásis do Khaleej, mas não sei porque motivo não estou conseguindo comentar lá…
Bause kabir!
Oi Janaina,
Sua chegada ao Irã foi emocionante!
O post da viagem está muito legal!
Parabéns!
Abraço,
Ana.
Ótima noite, janinha…
Marejei os olhos: você sozinha, tão longe, e com escala… eu também nunca saí do mato, creio que minha gastrite explodiria o estômago!
Afinal, tudo correu bem; e de agora em diante é só curtir os emocionantes relatos.
Ah, o maghnee te deixa diferente, menos abrasileirada.
Beijicos.
Oi, Janaina!Sou a Juliana, do Tabibitosoul. Puuuxa….muito bacana a sua experiencia!Entendo perfeitamente o que voce sentiu, pois eu senti o mesmo ha 12 anos atras, quando pisei no Japao pela 1a vez e, mais recentemente, ano passado, quando cheguei na India e me apaixonei de vez!Voce esta sendo a nossa embaixadora brasileira no Ira, viu?? Um grande abraco e que esta seja apenas uma de muitas conquistas que estao por vir!
Ahhhhh Jana!! Que delícia estar lendo os seus posts!!
E como fiquei feliz em saber que o meu noivo, mesmo por um acaso, encontrou você no aeroporto e pôde te receber e te fazer companhia até que a irmã de sua amiga chegasse… Fico imaginando como seria chegar ao Irã e não ter ninguém, e nenhuma carinha conhecida… nossa que frio na barriga só de pensar!! (E isso porque já fui lá hein…?!? rsrsrsr)
Estou lendo todas as suas postagens e agradeço por você estar divulgando e disseminando a cultura Iraniana aqui no Brasil… Vamos desmistificar o Irã!!! Obrigada!! Boooooossss azizam!!! Kheili booooossss!!!
Olá Ana! Muito obrigada, foi realmente uma emoção sem igual! continue acompanhando as histórias! Você vai gostar!
Abraços!
Oi Cris! Então vc também é emotiva como eu! Acredite, eu marejava os olhos cada vez que chegava em uma nova cidade! Antigamente minha gastrite atacava, agora estou aprendendo a ficar mais serena e controlar a ansiedade!
ah, apesar do calor o maghnee é um acessório confortável… me sentia confiante com ele 😉
Beijocas!
Olá Juliana! Que surpresa você por aqui! Eu sempre que posso aprecio suas histórias do Oriente também. Pois é, eu ficava só imaginando como iria ser esse dia, até que ele chegou! Eu também me apaixonei pelo Irã de modo que quero voltar para lá e ficar mais tempo, quem sabe eu arrumo algum trabalho ou pretendente rsrs… Muito obrigada por suas palavras de incentivo, desejo para você o mesmo e muito mais! Um super abraço da Pérsia!
Karlinha, você é mais do que bem vinda aqui! Sim, como diz o seu noivo: "Deus usou a gente" acho que não foi só por acaso que nos conhecemos dias antes da minha viagem! Realmente, quando eu cheguei lá fiquei bem tranquila porque tinha todos os telefones e endereços anotados de modo que se ninguém viesse me buscar eu daria um jeito de pegar um taxi até a casa de alguém rsrs Obrigada por acompanhar minhas histórias, quem sabe você revive seus momentos por lá e se inspira para conhecer outros lugares que vc ainda não viu… Sim, vamos desmisticar tudo de vez! Esse será o nosso lema!
Boos boooos azizam!!!!
Janaina primeiramente estou muito feliz por você… Eu ri horrores com seu relato, eu fui imaginando cada momento e pude sentir a emoção que deve ter sido pra você essa chegada, até perceber meus olhos emocionados quando li você agradecendo a Deus por seu sonho realizado. Felicidades!
Espere! Mas Ashraf abraçou você?! E vocês já estavam no Iran?! Mas… Mas… Pode?!
Pergunto porque eu adoro abraçar e receio que seria muito difícil conter esse impulso se eu estivesse lá e encontrasse uma amiga pessoalmente pela primeira vez ao alcance dos braços. Afinal… Como que é isso? Em certos lugares de lé as pessoas não seguem esse "protocolo"?
Sim Fereydoun, claro que pode abraçar! 🙂
Mas mesmo assim você deve conter um pouco o impulso, antes espere a pessoa oferecer o abraço ou o aperto de mão. Se a pessoa for mais religiosa dirija um respeitoso "salam" com as mãos no coração.
estou adorando ler o seu diário de viagem, fico emocionada e curiosa a respeito do Irã.